segunda-feira, março 17, 2008

 

Farewell



Boa noite, vó.


Sua perda foi de repente, foi um susto e foi terrível.


Foi, não. É. Devagar e sem uma despedida. Na minha lógica, você nunca seria a primeira. Acho isso a coisa mais estranha de acontecer. Não era você a primeira.


Mas tem coisas que a gente simplesmente não escolhe.


Ficou a sua mensagem de garra e vontade de vencer com as capacidades que se tem a mão, com os limites que te é imposto. Esse recado foi dado e foi absorvido. Acho que quando você se foi, foi com orgulho de seu neto. Espero não mudar isso, pois sei que você estará olhando.


Ainda é recente, e a idéia ainda não se firmou. Minha viagem a Portugal não poderia ter sido feita em outra hora. Muito triste seria se não pudesse voltar e contar tudo o que vi lá, e ter te mostrado o que eu tinha traçado da sua vida lá.


Fico triste por não ter registrado a musiquinha dos "ratinhos a correr", entre outros contos seus. Ou um "Alixandre"...


Dói saber que me pediu para que ligasse naquela noite e eu não ter retornado. Você estava se preparando e eu não dei atenção... Isso é triste. A última coisa que fiz contigo foi tentar te evitar. Quem diria que aquele seria a última vez que ouviria a sua voz.


Vó, fique em paz. Olhe por nós como sempre fez. Que Nossa Sra. de Fátima te guarde.


Vá com Deus.


Alexandre

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quinta-feira, março 06, 2008

 

The Meeting

(dá série agora acabou).

Bom, aconteceu a reunião. Era para ser mais informal do que realmente foi... E quem falou que inglês é, em alguma ocasião, informal? Bem, foi The Director que disse... Tanto o cliente, como o sócio local tinham gravatas (apesar do péssimo gosto da gravata com estampa de borboletas - vai saber a moda...) e eu, nem por opção não tinha uma.

O nosso escritório é bem legal mesmo. Entrando nele hoje deu para perceber aonde vai a grana :-D. O barulho do ar condicionado, e o silêncio que mais parece um vácuo sugando qualquer ruído que se faça, tornam-o um típico escritório, digamos, europeu. Sendo esse o terceiro em que trabalho...

Estou agora esperando um último telefonema de The Director para que a alforria seja concedida e possamos curtir a cidade numa boa. Vamos ver...

Hoje, queria ir no Shakespear Globe (que não fui da última vez). Porém acho que com a JC não vai rolar, afinal, ela está mais interessada em comprar Armanis do que curtir um programa cultural nerd... Cada um, cada um... Segundo ela, ela é uma cia. agradabilíssima... (dá próxima não fuça o meu blog!!)

Bom, é isso. Minhas alergias estão razoavelmente de férias... Mas o café da manhã com leite e o queijo da batata recheada com feijão não foram as coisas mais alegres do dia não, isso, sem contar com a pressão da reunião que foi de suar frio (preciso de um banho).

Bom, estou a caminho do hotel novo. Vamos ver como rola...

A stone,

BBK

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quarta-feira, março 05, 2008

 

I heard through the Grape Vines


(da série "música que gruda no ouvido" numa versão de Kaiser Chiefs)


De repente, me pareceu Agosto 2004. Manda o primeiro dia, da primeira foto em Vevey? Sentir aquele gostinho ao passar na frente da EY aqui de Londres me deu isso.
Ainda bem que dessa vez é bem diferente: Não estou sozinho no que é a questão de brasileiro com experiência e querem/devem me ajudar: a J.P. está conosco para fazer o meio de campo da coisa toda. E do lado anjo da guarda, estou, ainda, com a J.C. que já foi minha pupila em uma outra viagem internacional a trabalho pela EY. Espero que tanto uma quanto a outra cumpram os seus papéis com a seriedade que essa viagem pede - seja a seriedade pertinente ou somente aquela que "traumaticamente" me cobro quando se fala de viagens longas a trabalho.
Novamente me sinto uma espécie de bandeirante carregando o "alviverde pendão de minha terra" rumo à conquistar as terras européias. Tudo o que temos é participar de uma entrevista relativamente simples, e ainda sim crítica para fecharmos uma proposta que poderá levar outros 20 profissionais a terem chances parecidas com a minha de efetuar trabalhos além das fronteiras latino americanas. O peso dessa responsabilidade vai dormir comigo hoje a noite...
Acho que por isso já tomei uns dois pints de cerveja em Pub hoje. Bela desculpa para encher a cara não?
Aliás, faz frio sim... Malas mal-preparadas não contavam com a necessidade de um cachecol!
Re-pedras,
BBK

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terça-feira, março 04, 2008

 

Suddenly, London.

(da série "vou ali e já volto")

Festinha ê!

12:00 me liga The Director.

- Ricardo, where are you now?
- Having lunch, sir.
- Where?
- At the client.
- Huh?
- In São Paulo?
- Ah ok! Listen, you are going to London tomorrow...

Trocentos pensamentos cruzam a cabeça: Hum, legal, mas o cliente aqui tá pegando fogo, tem ensaio da banda, sexta tem o show, quinta é aniversário da minha irmã...

- ... and you have to talk with your manager to see if you can stay up to Monday so we can save on the flight costs.

Outros pensamentos: Hum um final de semana em Lndres não iria cair mal... Iria cair neve...

- OK. I'll talk to him. Should I arrange something?
- No. The tickets are on the pipe line with our secretary. Just follow up on'em.
- Hum... Do I have to do some preparation first?
- Well, lets have lunch tomorrow and we can talk over it.
- Ok cool see ya.
- Cheers!

E é isso. De repente, assim, sem expectativas, sem planos.

Passaporte vencendo e acabando páginas...

Like a rock,

BBK

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domingo, março 02, 2008

 

Um caminhão de idéias, um patinete de execução

(dá série posts com título que chamam atenção mas não falam nada...)

Classificar, organizar, sequenciar, planejar, executar.

A sua felicidade de assisitir um musical não é pela dramaticidade da cena. Sua alegria é por ver uma organização, uma rigidez na execução de uma idéia.

A graça toda de ver organizado a execução de um musical fica como sendo o senso de sentido direcionado a satisfazer à assiduidade estabelecida na sabedoria e na sensibilidade do seu criador.

A crise dos 30 vem caminhando sozinha, na sua velocidade inevitável e infidavel, sem repostas melhores que a numerologia intríseca de si própria. Com as dores de cabeça ou não, o labirinto já não mais está convencido da brincadeira infantil em que esta inserido.

E é a hora de olhar para trás, revisitar as conquistas e as derrotas, e julgar sua capacidade de realizador, entre as escolhas feitas, e acreditar piamente que a escolha decidida seja aquela que realmente tenha sido executada com a estratégia escolhida e com o resultado esperado.

A graça do executado é inversamente proporcional às opções de escolha deixadas em aberto.

Abra-se a mão e contam-se nos dedos. Abra-se a segunda mão e contam-se mais alguns. Contam-se as idéias nos dedos do pé. Na sua adolescencia, não haveira banco de dados o suficiente para colocar todas as suas idéias e possibilidades.

A lista sofre um baque quando se escuta que alguém com a mesma idade que você já é campeão disso e daquilo, e já resolveu seus problemas financeiros. O segundo baque é quando aquele mesmo atleta que você viu a acensão anuncia a sua aposentadoria.

De repente, aquele caminhão de idéias começa a ver-se limitado a sua possibilidade de execução. Esse ou o outro já não vão mais funcionar dali para frente. Isso ou aquilo não acontece.

A sua lista perde por WO.

E de repente, nem organizar e executar é possivel. Tudo fica por contentar-se com as possibilidades escolhidas pelos outros. Você é o admirador.

Esperar a aposentadoria? Impossível. A opção ativista do "green peace" não permitiria.

Estratégia, estratégia, estratégia.

O dia podia ser maior, bem maior.

Eu como demais, eu bebo demais.

Pedra filosofal.

BBK

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