Apedrejando BuBKa

(da série "recordar é viver")

Andei revirando o baú aqui em casa atrás da senha para acessar o meu saldo do FGTS do cartão cidadão. Para o "sonho da casa própria que na verdade é do banco". Isso significou fuçar em umas pastas com documentos de quase 30 anos.

Trombei numa delas com umas cartinhas dos meus aniversários de 17 e 18 anos. Lendo uma delas, até um "te adoro" bem romantiquinho eu li. O curioso foi que quem escreveu isso, vira e mexe eu lembro a respeito. Essa garota havia dado várias "diretas" em mim, e o melhor que eu consigo lembrar é algo do tipo: "Nah, ela é veterana e não tá nem aí para mim. Mulheres só querem caras mais velhos."

É engraçado essas coisas. Hoje em dia, com uma carta dessas na mão, minha reação seria outra, completamente diferente. Ou não.

Sei lá. Acho que como sempre simpatizei com a turma dos nerds, automaticamente me incluia na turma dos feios. Isso ficou muito claro quando li essas cartas de 97 e 98, onde, em ambos os anos, recebi umas cartinhas que daria pano para manga. Cartas do cursinho Universitário (até uma foto eu achei!) e da PUC-Jr.

Ou não?

Será que eu tinha um "fã clube" que nunca estimei? Hoje em dia, uma frasezinha dessas carta falaria tanta coisa...

Ou não.

Vai ver que, naquela época, as mulheres eram mais românticas mesmo. As cartinhas tinham até coisas coloridas com lápis de cor!

Os anos de 97 e 98 foram wilds mesmo. Se tem anos que gosto de revisitar sempre, esses são eles.

E cada pontinha de registro daqueles anos tem tanta história para contar.

E o Lala's obrigando a ouvir um "all the people would turn around and tell that those are the best days of your life" no melhor do Blur em Best Days.

A "descoberta" dessas cartas hoje valeu o melhor envelhecimento em pasta que aconteceu há algum tempo.

Tomando cuidado com a linguagem,

Paleo-Nostalgico,

BBK

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