segunda-feira, janeiro 07, 2008
Lembrando Bangladesh
Fuçando no Multiply, achei esse texto de uma conversa que tive no país. Como acho ele bem legal, resolvi republica-lo aqui.
"15 maio 2005 - Excerto da conversa no jantar de ontem – traduzido livre e porcamente:
- Mas então, o senhor bebe álcool !? (eu, apontando para o copo de cerveja na mesa)
- Sim. Quem não bebe são os muçulmanos. Não está vendo (e aponta para o turbante)
- Er.. Sim. Quer dizer que para os Hindus pode-se beber álcool?
- Veja bem, eu não sou Hindu.
- Ahn... Mas então...
- Bem, eu sou Sihk (não confie na ortografia). Fica na região norte da Índia, depois da Kashemira (não me perguntem aonde fica isso...)
- Hum, mas afinal, o que significa o turbante?
- Bem, o turbante serve como uma espécie de capacete. Os Hindus também o usam.
- Ah tá... Mas é feito de pano
- Sim. A história é mais ou menos assim: minha religião é uma mistura entre a hindu e a muçulmana. E a católica, mas bem pouco.
- Hum...
- O que acontece é que em 1300 (não me citem na data correta também) nós brigamos com os muçulmanos, e então desenvolvemos os turbantes.
- Ok mas como funciona? Ele não protege de uma espada, protege?
- Bom, não do jeito que está agora. O turbante tinha uma conotação militar, e servia para nos diferenciar. Portanto, todo mundo usava e continua usando. Mas o turbante, na verdade serve como proteção quando se coloca um aro de ferro preso nele, bem ao redor.
- Por dentro?
- Não... Por fora mesmo, bem aqui ó (e aponta a frente do turbante)
- Hum... Muito interessante... E seria rude se eu comprasse um?
- Bem, não mesmo, o problema é que ele não vem pronto. Você tem que dobra-lo todo até montar ele.
- Quer dizer que todo dia de manhã, o sr. monta isto?
- Sim! Eu uso o turbante para guardar meu cabelo. Em nossa religião, não cortamos os pelos. Porém preciso sempre manter a barba aparada. (cometário – espero que a regra não seja para as mulheres também...)
- E me diga uma coisa, reparei que existem diversas cores. Significa alguma coisa?
- Nah. Isso é só charme. Quando eu era jovem, eu combinava a cor da camisa com a cor do turbante. Sabe como é, para atrair as garotas.
Depois disso, voltei a concentrar-me na comida. E eu que reclamo da gravata.
"15 maio 2005 - Excerto da conversa no jantar de ontem – traduzido livre e porcamente:
- Mas então, o senhor bebe álcool !? (eu, apontando para o copo de cerveja na mesa)
- Sim. Quem não bebe são os muçulmanos. Não está vendo (e aponta para o turbante)
- Er.. Sim. Quer dizer que para os Hindus pode-se beber álcool?
- Veja bem, eu não sou Hindu.
- Ahn... Mas então...
- Bem, eu sou Sihk (não confie na ortografia). Fica na região norte da Índia, depois da Kashemira (não me perguntem aonde fica isso...)
- Hum, mas afinal, o que significa o turbante?
- Bem, o turbante serve como uma espécie de capacete. Os Hindus também o usam.
- Ah tá... Mas é feito de pano
- Sim. A história é mais ou menos assim: minha religião é uma mistura entre a hindu e a muçulmana. E a católica, mas bem pouco.
- Hum...
- O que acontece é que em 1300 (não me citem na data correta também) nós brigamos com os muçulmanos, e então desenvolvemos os turbantes.
- Ok mas como funciona? Ele não protege de uma espada, protege?
- Bom, não do jeito que está agora. O turbante tinha uma conotação militar, e servia para nos diferenciar. Portanto, todo mundo usava e continua usando. Mas o turbante, na verdade serve como proteção quando se coloca um aro de ferro preso nele, bem ao redor.
- Por dentro?
- Não... Por fora mesmo, bem aqui ó (e aponta a frente do turbante)
- Hum... Muito interessante... E seria rude se eu comprasse um?
- Bem, não mesmo, o problema é que ele não vem pronto. Você tem que dobra-lo todo até montar ele.
- Quer dizer que todo dia de manhã, o sr. monta isto?
- Sim! Eu uso o turbante para guardar meu cabelo. Em nossa religião, não cortamos os pelos. Porém preciso sempre manter a barba aparada. (cometário – espero que a regra não seja para as mulheres também...)
- E me diga uma coisa, reparei que existem diversas cores. Significa alguma coisa?
- Nah. Isso é só charme. Quando eu era jovem, eu combinava a cor da camisa com a cor do turbante. Sabe como é, para atrair as garotas.
Depois disso, voltei a concentrar-me na comida. E eu que reclamo da gravata.
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