quinta-feira, outubro 06, 2005

 

Arranca as calças e pisa em cima.

Está todo mundo reclamando de obrigações. De ter que fazer, de eu deveria ter, eu mereço ter, e por aí vai. Escolha o seu Blog favorito, e a temática está lá. Todos, sem exceção, alguma vez reclamou das regras dessa sociedade.

Como muitos sabem, minha carreira profissional sempre esteve muito envolvido com o xerife das regras. É muito engraçado isso. Eu sou um cara que já forcei muitas regras para atingir um objetivo, digamos, maior. Mas a idéia que os fins justificam os meios realmente não é para mim. Mas parece aceitável para a maioria, infelizmente.

O que me deixa aborrecido são os chiliques. A iconoclastia desenfreada escolhida como solução dos problemas, infelizmente, não aparenta trazer melhores soluções. O que é mais engraçado é como a iconoclastia é mais bem escolhida como um fim do que um meio. Acho engraçado que as pessoas se neguem a dar argumentos para usar-se da iconoclastia. “Não quero fazer porque não quero”. E o esforço de argumentação é o que diferencia um sinal de rebeldia para o amadurecimento. A pessoa sente, mas não se expressa. Não ordena suas idéias de uma forma que uma outra pessoa possa entendê-la e o melhor, concordar.

Se for para ser seu, quais são os argumentos que levariam a isso. Se eles são bons o suficiente, porque não o é? Aonde faltou energia para fazer funcionar?

Isso parece até discussão política do nosso famigerado PT. Antigamente, seguia num discurso de que tudo estava ruim, e que era capaz de fazer melhor. Agora, ao vermos sua nova posição ao governo, se não está igual, está pior. Mas o que é mais interessante da política atual é que, aos custos do brasileiro, um partido infame quem sabe aprende e tira algumas lições antes de provocar a destruição. Quem sabe no próximo governo a cooperação entre os partidos torne-se mais interessante para o povo. Agora, ambos sabem como funcionam as regras.

Mas voltando aos problemas que circulam os Blogs: Um que eu já vi por aí é da questão do primeiro emprego, ou “quando o homem vira homem”. Bom, a resposta é matemática: o crescimento do PIB brasileiro gira em torno dos 4%. Isso num ano bom. Porém o crescimento populacional dos anos 80 era uma taxa elevadíssima, cerca de 8%. Ou seja, todo ano, levando em consideração quem está na faixa etária dos 20 e poucos anos, tem-se, em média, 2 pessoas disputando uma vaga no Brasil. Não é a toa que cada vez mais, retarda-se o processo, pois há um acumulo de pessoas chegando no mercado de trabalho que, no melhor, encontram vagas para tirar cópias, por exemplo.

Em 1981, o grupo etário que tinha mais pessoas era o de 0 a 4 anos de idade; em 1986, era o de 5 a 9 anos; em 1992, era o de 10 a 14 anos; em 1998, os maiores percentuais estavam concentrados nas faixas de 10 a 14 e de 15 a 19 anos; em 2001, o maior era somente o de 15 a 19 anos, mas a sua proporção já começava a diminuir. Em 2003, o grupo etário de 15 a 19 anos ainda era o maior, mas o seu percentual na população continuou em queda, aproximando-se daquele do grupo de 20 a 24 anos.” (extraído de www.frigoletto.com.br)

Porém, vamos falar de expectativas: se tudo correr como está sendo planejado, cada família tendo até 2 filhos, lá pelos idos de 2020, esse crescimento estará estabilizado (como acontece na Europa). Se o PIB continuar no ritmo que está (o que particularmente duvido) não necessariamente ocorrerá de contratarmos crianças, e sim um fluxo migratório, assim como ocorre na Europa. Porque você acha que sobra emprego de barman em Londres? Porque o londrino não quer fazê-lo, e prefere capacitar-se para outras posições. E não existe tanto formado em MBAs da vida na Europa quanto se pensa. A indústria do MBA vai de vento em popa no Brasil, mas o ritmo é menos acentuado lá.

Mas, enfim, para alcançarmos melhores indicadores (para falar de um âmbito macro) os brasileiros de agora, blogueiros (voltando ao microcosmo) de plantão, precisam entender um pouco a regra se quiserem mudar o país não tendo 50 filhos. Se sua mãe aporrinhou tanto pelos anticoncepcionais, que tal um indicador para justificar essa aporrinhação? Ridículo, certo? Pois escolha um outro qualquer, e faça outro pensamento/análise que mais sustente suas razões.

Agora, uma coisa que me deixa muito ofendido é a desculpa de “porque eu faço parte da geração baby boom” posso ficar em casa retardando meu amadurecimento. Infelizmente algumas pessoas dessa geração vão sobrar “para a economia”. Vão ter dificuldades em encontrar um emprego que agrade, pois ele estará tomado por alguém da sua geração mais competente que você. Vão ter dificuldades de encontrar diversão, porque a segmentação de mercado vai tornar-se inevitável, porém não será atrativa para os investidores (que estão numa faixa mais velha que vocês). Isso entre outras.

Mas a solução é óbvia. Incentivemos o suicídio. Se você conhece alguém deprimido, nessa faixa etária, empurre-o abismo abaixo. Assim sendo, os empregos aparecem, as economias de escala crescem, e as próximas gerações agradeceram quando tiverem que pagar a nossa aposentadoria.

Quebrar as regras é importante. O ambiente que digo acima para os Baby Boomers não é tão simples assim quanto era para as gerações passadas. Hoje você quebra uma regra. Amanhã, você fica sem dinheiro. Antigamente, você seria eliminado da sociedade, de uma forma ou de outra.

Assim sendo, geração Baby Boomer, meu recado é: O problema não são os outros – é você. (Eu, sendo irônico).

E, para terminar, uma músiquinha dos Beatles, porque para tudo nessa vida cabe uma letra do Lennon/McCartney*.

You say you want a revolution
Well you know
We all want to change the world
You tell me that it's evolution
Well you know
We all want to change the world
But when you talk about destruction
Don't you know you can count me out
Don't you know it's gonna be alright
Alright Alright

You say you got a real solution
Well you know
we'd all love to see the plan
You ask me for a contribution
Well you know
We're doing what we can
But if you want money for people with minds that hate
All I can tell you is brother you have to wait
Don't you know it's gonna be alright
Alright Alright

You say you'll change the constitution
Well you know
we all love to change your head
You tell me it's the institution
Well you know
You better free your mind instead
But if you go carrying pictures of Chairman Mao
You ain't going to make it with anyone anyhow
Don't you know know it's gonna be alright
Alright Alright

*um texto totalmente antagônico poderia usar Live and Let Die. Ou não.


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