segunda-feira, setembro 19, 2005

 

Com cera fria

Foi na Barra da Tijuca, no hotel Transamérica.
A garota era uma carioca loira, com uma ajuda do sol. Seu olhos tinham a inocência de um anjo. Piegas e clichê, mas era isso mesmo. A simpatia e despreocupação das cariocas realmente me impressionaram. São diferentes. E para melhor, já antecipando minhas desculpas para as paulistas.
O hotel era sofisticado. Pedimos serviço de quarto. - Uma garrafa de vinho tinto para acompanhar. Apesar de ser Maio, fazia um calor naquele que deveria ser um domingo. - Cancela o vinho. Traga cerveja.
O cheiro da atividade instintiva e animal já estava no ar. Não seria a primeira do dia.
Tocou a campainha.
Ela se escondeu no banheiro, e eu, vesti uma bermuda. Atendi o rapaz. Pousou a bandeja na mesa. Assinei. Ele saiu.
Ela, saiu vestida. Semi. O suficiente. O suficiente para levarmos o prato para a varanda. Lá, almoçamos. A simplicidade dela deixou que uma faca caísse no chão. Ela ficou constrangida. Apesar da intimidade, a arrogância e o estilo paulista era evidente. A preocupação dela passou a ser um charme. Aquilo era toque especial do casal. Ela não tinha nada de paulista. Eu não tinha nada de carioca. Eu queria passar por carioca, e ela por paulista. Queria passar por descolado, relaxado e despreocupado. O que sobrava era querer combinar vinho com a comida, ordem de talheres, prato frio e prato quente.
Mas isso não interessava, afinal. Almoço servido e no estomago.
Hora da siesta. Estava de bruços, deitado na cama. Ela, ao lado. O dois recuperando-se. Das duas coisas. Sono.
Começo a acordar. Um gel é colocado nas minhas costas. Está ligeiramente frio, o que faz com que eu desperte. Hum... Uma massagem. Fico animado com a idéia. Re-leia o animado. De fato. Uma massagem no meu ombro direito se começa. Ouço um barulho de plástico. Apesar do gel, ela estaria colocando um outro plástico. Vejo que minhas costas estão grudadas neste plástico.
Mais massagem.
Então ela dá um puxão neste plástico, e junto, saem meus pelos. Uma dor inédita. Veio lenta e depois incendiou. Gritou um "ouch". Mas o calor se transfere para minha coluna, e desce toda a espinha dorsal, e é transferida para a região pubiana. Excita-me.
Pergunto o que foi. Ela responde: - doeu? Um charme meu devolveria um sim. Mas não, devolvo um: Foi bom.
Sem que hesitasse, e eu ainda acordando, recebo a segunda dose do gel. Dessa vez do outro lado das costas. O processo se repete.
Já estou explodindo comigo mesmo. Precisava da ajuda dela. Para uma outra coisa. Ela, em vestes mínimas estava sobre mim. Rindo-se. Viro. As vestes mínimas deixam de existir. Descubro. A cera. Ela possui um olhar triunfante. Deixo-me carregar pela sua maldade. Mas, por fim, nos tornamos um só novamente. Ou éramos desde o começo. A dor que ela me causou, dava novas energias, prontas para serem gastas, nessa atividade mais prazerosa.
E foi assim, com cera fria, que perdi alguns pêlos das costas.

Acertou quantos?:
Muito, muito engraçado.
 
Pô, realmente tou precisando melhorar minha escrita...
 
Poupe-me dos pêlos... damn it!
 
Lala's, só porque eu tenho sobrando - e você faltando...er...na cabeça???
 
Eu diria que a sua poesia é a melhor.
Fica nas entrelinhas...rs
 
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